Foi-se embora deste mundo há...... Parece muito – e será
muito para os outros –, mas para nós, para a família, parece pouco, muito pouco
tempo. O tempo sucedem-se, a dor vai sendo substituída pela memória doce, a
amarga saudade vai ficando cada vez mais saudade pura. Resiste-se melhor e
vive-se outra vez. Já conseguimos falar do meu pai com um sorriso. Já
conseguimos lembrar para lá das lágrimas. Mas a presença dele paira eterna e permanentemente
sobre nós..
Mas, do outro lado do espelho, com a sua morte eu aprendi
que há um limite para o sacrifício e o preciosismo. Que nem tudo vale a pena.
Que o prazer não pode ficar atrás de tudo. Que quem corre por gosto também se
cansa. E que, por mais rigorosos que sejamos, tudo o que fazemos são rascunhos
de qualquer outra coisa.
eu revejo aquelas noites e comparo-as com estas que vivo
também a escrever. O que há dele em mim? O que mudou do seu universo para o meu
universo?
o que, provavelmente, a mais ninguém interessa. Senão a mim
e aos meus. Mas também isso me ensinou: o jornalismo vive tanto do rigor como
do que é imponderável. A memória, por exemplo. Sem ponto final, como ele via a
vida. Como eu vejo a vida...
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